Este é o oitavo volume da coleção Revoluções do século 20, dirigido pela historiadora Emilia Viotti da Costa. "O momento de desencadeamento do processo revolucionário começou duas décadas antes de 1952, quando a derrota dos bolivianos na Guerra do Chaco (1932-1935), provocou um contínuo de crises governamentais ao lado do fortalecimento dos sindicatos e partidos ligados às forças sociais operárias, populares e da pequena burguesia. Os primeiros anos após a vitoriosa insurreição de massas de 1952 são marcados por importantes medidas revolucionárias, como a nacionalização da grande mineração, a reforma agrária e a criação da Central Obrera Boliviana. Os limites do avanço das medidas econômicas de ruptura, marcados por intensa luta política e ideológica entre os setores reformistas e revolucionários, determinarão os limites da própria revolução. A classe operária avançou as reformas econômicas muito além das perspectivas propostas pelo MNR e alcançou como classe um grau superior de organicidade, com a consolidação da COB como a principal instituição política do país.. O legado histórico da revolução de 11952 permitirá por intermédio da COB que no longo período militar entre 1964 e 1982, e posteriormente principais demandas populares por democracia e direitos elementares de sobrevivência permanecessem vivas nos dias que se seguem."As peculiaridades da Revolução Boliviana são marcantes e refletem as características específicas – étnicas, econômicas e políticas – que distinguiram a dinâmica do país desde os tempos da colonização espanhola. Seria por isso simplista inseri-la despreocupadamente na mesma classe de conflitos e movimentos sociais que agitaram as nações vizinhas durante o mesmo período. A compreensão das particularidades da insurreição de massas de 1952 na Bolívia não apenas permite fazer justiça a facetas importantes da história do subcontinente americano, mas fornece elementos cruciais para explicar a tensão endêmica que se arrasta até os dias de hoje e se reflete no critico panorama político e social enfrentado pelo governo de Evo Morales.As peculiaridades da Revolução Boliviana são marcantes e refletem as características específicas – étnicas, econômicas e políticas – que distinguiram a dinâmica do país desde os tempos da colonização espanhola. Seria por isso simplista inseri-la despreocupadamente na mesma classe de conflitos e movimentos sociais que agitaram as nações vizinhas durante o mesmo período. A compreensão das particularidades da insurreição de massas de 1952 na Bolívia não apenas permite fazer justiça a facetas importantes da história do subcontinente americano, mas fornece elementos cruciais para explicar a tensão endêmica que se arrasta até os dias de hoje e se reflete no critico panorama político e social enfrentado pelo governo de Evo Morales.