O livro O Aquário e o Samurai é uma leitura de Michel Foucault que pretende demarcar-se do tom reverencial com que se costuma recepcionar sua obra entre nós. Trata-se de um livro até certo ponto pessoal, fruto de um contato duradouro do autor com a obra de Michel Foucault como pesquisador na área dos direitos humanos e professor na área da sociologia do direito. Orientando por vários anos a produção de teses e dissertações, o autor defrontou-se frequentemente com uma leitura acrítica do seu livro mais conhecido, Vigiar e Punir, obra que, apesar de incontornável, não pode, a seu ver, ser recepcionada entre nós sem muitas cautelas, por ser duvidoso que se possa considerar o Brasil uma sociedade disciplinar no sentido foucaultiano do termo. Além disso, a obra de Michel Foucault sobretudo aquela da sua fase genealógica constitui uma poderosa desmontagem do humanismo penal saído do Iluminismo. [...]