A prática clínica com crianças autistas suscita inúmeros questionamentos: seria mesmo possível uma criança fadada, quase que inevitavelmente, à recusa? Ou seja, seria possível uma criança resistente ao contato humano seria uma escolha, haveria sofrimento, quais seriam as possibilidades? No decurso deste livro, o vislumbre inicial de que encontraríamos respostas exatas a esses questionamentos foi cedendo à constatação de que, em verdade, o conhecimento psicanalítico poderia suscitar novas formas de se olhar para essa questão, em que o olhar da falta, da recusa e de déficit comumente atribuído às crianças autistas perdeu espaço, conferindo enfoques múltiplos a respeito do tema. Em um momento de questionamento sobre a eficácia da psicanálise no tratamento de crianças autistas em instituições no nosso país, este trabalho visa apresentar aos profissionais da área e ao público em geral como o conhecimento psicanalítico sobre o autismo pode suscitar novas formas de entendimento [...]