(junto é o lugar onde não sabemos nada e quando achamos que sabemos só podemos estar enganadas) --------------------------------------------------- Como apresentar a poesia se ela mesma já se apresenta de forma tão viva na carne da palavra? Sugeriria eu, então, que façamos uma respiração profunda, capaz de acompanhar o que ela leva ao corpo-coração. Este livro poderá ser lido como quem lê uma história e busca avidamente seu desfecho. Ou como quem se alimenta de pequenas pílulas de vida ao final do dia. Ou, ainda, de um terceiro modo, que é para onde ele nos convoca de forma mais visceral, embasbacados e trêmulos de esperança. “Ninguém me dará a voz: terei eu mesma que abrir as bocas” diz um de seus poemas. E é isso mesmo que Nathália faz quando insiste nas imagens, torce as palavras, recolhe as memórias, dialoga com outros poetas enquanto também expõe, com uma intensidade particular, os mais recônditos mundos por ela deflagrados.