Ao se dedicar à pesquisa que deu ensejo a esta obra, a autora colocou à prova um dos vetores do modelo socioeducativo, que, embora esteja suficientemente positivado nos marcos normativos nacionais e internacionais, pouco parece ser verdadeiramente implementado e mesmo compreendido em toda a sua extensão e potencialidade: o poder da escuta. Seu grande objetivo foi avaliar em que medida a escuta atenta e respeitosa dos adolescentes, viabilizada através de audiências, com a participação ativa dos magistrados, é capaz de produzir efeitos positivos sobre o percurso da socioeducação. A obra inicia com a história de uma jovem, de codinome Talia, que, durante o cumprimento de medida socioeducativa de internação, registrou em uma carta o quanto desejava ser ouvida, reconhecida, considerada pela juíza que avaliaria a necessidade de ser mantida em regime de privação de liberdade. [...]