Refletir sobre ética diante do cenário mundial é um desafio urgente. O problema maior do mundo atual e mais acentuadamente de nosso país é a adoção, em nome da modernização, da lógica da exclusão, que produz e perpetua uma assustadora ‘massa sobrante’ de seres humanos, considerados economicamente inaproveitáveis e, portanto, objetivamente descartáveis. A ética remete-nos ao cuidado da vida e requer uma necessidade de escutar o Outro, isto é, ouvir a voz da dor, da necessidade, recolhê-la, entendê-la, compartilhá-la e devolvê-la de forma sistematizada pela reflexão rigorosa e dialeticamente comprometida com a humanidade. A educação proposta por Regina Protmann, século XVI, está além do aprender a ler e escrever, mas está, profundamente, comprometida com a realidade social. Regina propõe uma educação vai além da sala de aula e se insere no meio do oprimido, restituindo-lhe a dignidade humana e sua inserção na sociedade. É uma educação que busca respostas para as grandes urgências do momento e profundamente ética, pois defende e cuida da vida. É a pedagogia feminina que na sensibilidade e na amorosidade acolhe, cuida, inclui, gesta vida digna. A ética em educação com novos paradigmas para os nossos tempos requer um novo conjunto de práticas pedagógicas e sociais que visualizem valores e princípios comprometidos com a vida. Uma pedagogia com um olhar feminino que se sensibiliza e se compadece com o mais fraco, possibilitando-lhe a inclusão social. Uma pedagogia que priorize a cultura do sentido da vida, da solidariedade, do currículo aberto com práticas transformadoras e conteúdos contextualizados.