Recebo com emoção, me sentindo honrada, o convite para puxar a orelha do novo livro de poesias da Erlândia, que tenho acompanhado desde algum tempo. Venho gostando desse seu jeito inteiro, por sua capacidade de escrever de forma visceral com todos os sentidos, colocando o corpo a serviço da escrita. Erlândia em vermelho\ruína traz o vermelho do vinho, do sangue, das paixões, do sofrer e viver em estado de poesia. Ela nos mostra que pode ficar em estado vermelho, ficar por um fio, com o direito de causar má impressão com o sangue à flor da pele para que a escrita fale, abrindo a boca com dentes afiados para poder vomitar e digerir tudo. No espelho se autoconhecer, se reconhecer, para se ver e dizer que há muito mais por dentro que por fora, apesar da necessidade de um vestido para guardar momentos daquilo que é excesso com a vida em vermelho que foi momento do fora de si, mas que a traz para dentro da palavra. Em vermelho\ruína Erlândia nos presenteia com esse seu estado (...)