Em setembro de 1918, um assassino estava solto e sua área de atuação se estendia da Ásia até às Américas, passando pela Austrália e África. Milhões de pessoas morreram, os caixões se tornaram escassos e necrotérios por todas as partes do mundo estavam abarrotados de corpos. Em Gripe, a jornalista norte-americana Gina Kolata conta a história de uma das mais impressionantes epidemias da História, que resultou numa mortandade tão significativa quanto a Peste Negra, na Idade Média. Mais americanos morreram por causa desse vírus do que nas Primeira e Segunda guerras e nos conflitos da Coréia e do Vietnã: foram 500 mil no total. Ao redor do globo o número atingiu a impressionante marca de 100 milhões de pessoas. Kolata traça um paralelo entre a gripe de 1918 e as grandes pragas que assolaram a humanidade. Desde a varíola, peste negra até a praga que atingiu Atenas em 429 A.C., a autora decifra o que poderia ter causada a influenza e porque ela era tão contagiosa. Além de expor os motivos do acobertamento do caso. Jornalista especializada em Ciências, Kolata investiga arquivos médicos de hospitais, analisa relatórios científicos e investiga pesquisadores. Numa época em que Ebola, HIV, Dengue e outros vírus nos ameaçam e desafiam cientistas do mundo inteiro, a autora mostra, em Gripe, a importância de uma postura transparente sobre pesquisas médicas. Do Alasca à Noruega, das ruas de Hong Kong aos corredores da Casa Branca, Kolata torna a traçar a corrida para resgatar os agentes patogênicos e sonda o medo que impeliu as políticas governamentais. Gina Kolata esmiúça a história da gripe e de epidemias anteriores, analisa perfis de especialistas trabalhando na trilha certa e de amadores equivocados, detalha aspectos científicos e os últimos avanços na pesquisa desta doença mortal. Com este envolvente trabalho de reportagem científica, Gripe identifica possibilidades de uma nova epidemia e aponta medidas de prevenção.