Neste ensaio, Jean-Claude Carrière mostra como o homem é capaz de tirar forças de sua própria vulnerabilidade diante do mundo Fazemos de tudo para parecermos fortes, invencíveis, como super-heróis. Mas somos mortais - logo, frágeis - expostos diariamente a perigos físicos e mentais, dos quais fazemos de tudo para esquecer. No entanto, tentamos esconder esta nossa fragilidade, nossa "essência de vidro", de nós mesmos e dos outros, sem suspeitar de que ela, na verdade, impulsiona nosso dia-a-dia. A fragilidade aproxima uns dos outros. Segundo Jean-Claude Carrière, sem fragilidade, não há ação, amor ou emoção. Toda forma de expressão - cinema, teatro, ou literatura - está calcada na fragilidade, na vulnerabilidade. "Eu não poderia amar a mulher de ferro de Metrópolis", diz Carrière. "Com Shakespeare, Dostoievski, Corneille, Chateaubriand, Balzac e Proust, entre outros, aprendi aquilo que sem dúvida já sabia: um personagem não pode nos tocar a não ser que nós encontremos nele o que chamamos de vulnerabilidade", completa. Em Fragilidade, Carrière oferece ao leitor uma profusão de observações provocadoras, tecendo pensamentos sobre história, literatura e cinema com relatos sobre a existência moderna: aeroportos, campeonatos esportivos, dietas, televisão, terrorismo e guerra. Também faz associações surpreendentes entre sua experiência com os índios Yanomami e a destruição de nosso meio ambiente, o pecado, as utopias, a velhice, a religião, as nações, a ignorância e o saber.