Cartas enviadas ao amigo Godofredo Rangel durante mais de 40 anos em A Barca de Gleyre Houve um tempo em que se escreviam cartas. Ao contrário das rápidas trocas de mensagens por e-mail dos dias de hoje, elas podiam levar algum tempo para chegar. No entanto, aquelas correspondências tinham um outro nível de profundidade e sofisticação. Quando trocadas entre homens de letras, tornavam-se verdadeiras peças literárias que (lidas na distância das décadas) têm poder de envolver num cotidiano que parecia perdido. Assim são as cartas que Monteiro Lobato trocou durante nada menos do que 45 anos com o amigo José Godofredo de Moura Rangel, e que estão reunidos no livro A Barca de Gleyre, que retorna às livrarias pela Editora Globo. O nome foi escolhido por causa de uma pintura, Ilusões Perdidas, de Charles Greyre (1808-1874), que está no Louvre. A relação fraternal entre os dois começou ainda no tempo de estudantes, quando dividiam uma república que tinha o nome de Minarete, em São Paulo.