Com este livro viajaremos para a África. Mas não qualquer lugar da África, nem a África de um lugar qualquer... Aportaremos na África que existe na Bahia. A África que pulsa nos ritmos contagiantes dos blocos afro, que é reinventada em cada canto, em cada dança, cada trança de cabelo. A África que inspira e mobiliza, mas que pode também imobilizar. Celebrada por um lado, a África tem sido, ao mesmo tempo, extenuada, afetando assim aqueles que se espelham em sua imagem. Como toda viagem, a nossa também nos oferecerá a possibilidade de olhar para o mundo a partir de novos ângulos e questionar certezas que, de tão presentes, já nem lembramos mais de onde vieram. Por vezes nos esquecemos que a idéia de que existiriam “raças” que nos tornariam “diferentes” uns dos outros foi um dia inventada por aqueles que se consideravam superiores. Foram eles também que “inventaram” a África pela primeira vez. Se a reinventamos agora, que seja para nos libertarmos das armadilhas que se apresentam como “verdades”.