Se em seus livros anteriores o autor-personagem se isolava numa espécie de romantismo da negatividade, aqui Juliano Garcia Pessanha (JP) realiza um salto: a ideia do sujeito que nasceu para fora, estranhado com o mundo - e, por isso mesmo, privilegiado para falar sobre ele -, perde sua aura em nome do acolhimento, da possibilidade de adentrar e de ressoar com o mundo. Esta virada tem por base a apropriação da conhecida teoria psicanalítica sobre a relação mãe-bebê de Winnicott e da filosofia das esferas de Sloterdijk, em contraposição com negatividade e o vazio característicos do pensamento de Heidegger ou de Nietzsche, que marcaram a prosa do poeta-filósofo até então. Recusa do não-lugar é um relato comovente (e nada autocomplacente) sobre o abandono, a reclusão e as sucessivas tentativas frustradas de entrar no mundo, combinado com sofisticados conceitos filosóficos e psicanalíticos. Se em seus livros anteriores o autor-personagem se isolava numa espécie de romantismo da negatividade, aqui Juliano Garcia Pessanha (JP) realiza um salto: a ideia do sujeito que nasceu "para fora", estranhado com o mundo - e, por isso mesmo, privilegiado para falar sobre ele -, perde sua aura em nome do acolhimento, da possibilidade de adentrar e de ressoar com o mundo. Esta virada tem por base a apropriação da conhecida teoria psicanalítica sobre a relação mãe-bebê de Winnicott e da filosofia das esferas de Sloterdijk, em contraposição com negatividade e o vazio característicos do pensamento de Heidegger ou de Nietzsche, que marcaram a prosa do poeta-filósofo até então. Recusa do não-lugar é um relato comovente (e nada autocomplacente) sobre o abandono, a reclusão e as sucessivas tentativas frustradas de entrar no mundo, combinado com sofisticados conceitos filosóficos e psicanalíticos.