Neste livro, buscamos problematizar nosso modo de relação ordinário com os objetos técnicos, conspirando com os hackers modos outros de relação que ampliem o nosso grau de liberdade. Mais do que os hackers em si, interessamo-nos pelos outros mundos possíveis que eles carregam consigo, pelas práticas de liberdade que efetuam e que nos permitem participar de outros modos de relação com os saberes e com os poderes instituídos. Para isso, não só descrevemos alguns hacks, mas, sobretudo, também operamos no sentido de abrir objetos técnicos que, no geral, são-nos como que caixas-pretas. Na primeira das três partes que compõem esta obra, tendo Gilbert Simondon como interlocutor privilegiado, discorremos acerca de algumas posições que podemos ocupar nos encontros com os objetos técnicos (a de inventor, a de produtor, a de consumidor, a de usuário etc.), destacando que o hacking aparece enquanto movimento inventivo por meio do qual o sujeito retoma virtualidades dos objetos para [...]