O que pensam os professores que atuam com nossos filhos nas salas de aula? Quais são suas maiores dificuldades? Sentem-se preparados? Como vêem a educação que os pais dão hoje às crianças? Que avaliação fazem do sistema educacional brasileiro? Com a clareza, a sensibilidade e a contundência que marcaram seus trabalhos anteriores, a educadora Tania Zagury responde a estas e outras questões, fazendo uma análise fundamental e pioneira do sistema educacional brasileiro fundamentada cientificamente, a partir de pesquisa inédita com cerca de mil e duzentos professores em todo o Brasil.Uma obra importante não só para professores, mas também para pais, que terão oportunidade de entender o que vem ocorrendo com os profissionais que trabalham na formação de seus filhos. E também para autoridades e instituições, pouco habituadas a ouvir o professor.As angústias e impossibilidades concretas do professor que atua nas salas de aula são aqui dissecadas, lançando luzes sobre o porquê do fracasso do ensino, que angustia a todos nós.Tania mostra que as sucessivas mudanças do sistema de ensino no Brasil, especialmente a partir de 1970, não foram acompanhadas das condições necessárias à sua execução, ou seja, mudaram-se as leis, mas não a realidade na sala de aula. As novas relações familiares e a falta de limites das crianças minaram a autoridade do professor ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, transferiram para a escola atribuições tradicionais da família. A indisciplina e a falta de motivação das crianças tornaram-se, em conseqüência, dois dos maiores problemas dos educadores.Nesse contexto, o professor se tornou uma espécie de refém do excesso de tarefas, da família, da sociedade e das decisões educacionais equivocadas. Ao mesmo tempo, segundo Tania, é ele o verdadeiro herói brasileiro — afinal, poucos profissionais se dedicariam tanto com tais condições de trabalho. O professor refém chega para reforçar a preciosa parceria entre pais e professores, bem como entre os que planejam e os que executam as políticas educacionais. E para demonstrar que não haverá solução para a educação brasileira enquanto não se investir na formação continuada do professor e em medidas passíveis de serem efetivamente executadas.