Este livro, como bem define o seu título, detalha a História Política das Ciências da Comunicação, traçando um amplo panorama. Desde a antiguidade greco-romana, os processos de comunicação fazem parte do saber institucionalizado. Desbravaram este campo do conhecimento pioneiros como Aristóteles e Quintiliano. Embora os estudos sobre fenômenos midiáticos tenham suscitado precoce interesse acadêmico, já no fim do século XVII, eles, na verdade, só vão conquistar o timbre universitário durante o século XX. A Alemanha e os Estados Unidos ocupam papel decisivo nesse panorama, legitimando o ensino e a pesquisa sobre a comunicação massiva (jornalismo, propaganda, entretenimento). O Brasil participou desse momento histórico, mas ficou ausente da vida comunitária por falta de uma comunidade nacional organicamente constituída. Não obstante a produção de conhecimento comunicacional remonte a meados do século XIX e a instituição do campo da comunicação seja contemporânea dos acontecimentos do pós-guerra, a realidade é que, somente nos estertores do regime militar pós-64, logramos sedimentar a comunidade nacional de ciências da comunicação.