O texto que ora se apresenta ao público é fruto, também de um desconforto com um certo tipo de análise que atribui à magia do mercado a resposta à recorrente crise da economia brasileira. A crise estrutural da economia brasileira - originariamente sua tese de doutoramento defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Não precisamos dizer muito sobre o que guarda conteúdo, mas pelo menos dois aspectos merecem um destaque especial. Em primeiro lugar, é um trabalho que transgride os limites tão prejudiciais entre as áreas de conhecimento, cujo respeito embota nossa capacidade de leitura da realidade. A crise estrutural permeia a política, a antropologia e a economia, com muita seriedade. Em segundo lugar, abre mão do lugar comum das análises econômicas, que privilegiam enfatizar o que as pessoas querem ouvir, ou o que editoras e periódicos querem vender, para eleger a dimensão das estruturas como a mais relevante na busca pela verdade. Se não quisermos apresentar outros atributos, esses já recomendam a leitura do texto a especialistas e leigos, que de alguma forma estejam preocupados em conhecer nossa dificuldades e trabalhar no sentido de superá-las, na busca de uma sociedade mais justa.