Entre os fragmentos e anotações em verso que compõem este pequeno livro, cujo título algo calderoniano poderia fazer supor uma mais explícita unidade, esta só se manifesta por um sentimento difuso, um tanto melancólico, a que nenhum homem sincero se pode furtar, ou seja, o da crescente subjetivação de tudo, a maneira pela qual, dia a dia, somos feitos mais pelo que não é do que pelo que é, recolhendo-nos a nós mesmos, à nossa memória, como por um alçapão, até que desapareçamos por ele definitivamente. Após um período envolvido com estruturas poéticas de maior fôlego, há algo de nostálgico para o autor nesses curtos registros, compostos aleatoriamente na facilidade confortável das formas fixas. São anotações do mundo, num interregno entre mais consistentes preocupações, e não devem ser tomadas como mais do que isso.