Marilene levanta do mar uma Fortaleza Azul que em nós propala os absurdos do mundo. No entanto, por ser esta a força habitante das multidões de vozes da qual Marilene nos fala e encarna em seus poemas, sobreviveremos por insistência da poesia! Em um Punhal cravado no continente, as palavras são feitios de cinzel, largos talhos, fenda entre as pernas. Uma ferida aberta, sempre. Coisa de mulher: a mulher de Lot de Anna Akhmátova/ a mulher dos mundos/ a mulher da Fortaleza Azul. Aquela que transita e vê moleiras de crianças ajoelhadas/ defumando o chão das passarelas da money city. Que escreveu Cosmonópolis: O que sabemos nós das histórias dos outros? E o que não sabemos? Outrar-nos? Se? uma porta se abre para o precipício/ e de todas as gargalhadas e apitos fervorosos do general Messias/ o manto de Cristo surge no crepúsculo/ e a glória!/ e se cambiará o demônio general/ e a prece deve ser acendida todos os dias no círculo do fogo. Se acesas as preces, o menino que olha a ilha é (...)