Compreender os processos neurobiológicos necessários à consciência é uma etapa decisiva para compreender a aquisição dos conhecimentos. O que parece verdade a alguém não o é forçosamente aos olhos de um outro. Quem mente sabe-o, mas não necessariamente quem recebe a mensagem. Como é que a capacidade para dizer a verdade é um traço próprio da espécie humana? Qual é a relação que pode existir entre factos ou objectos do mundo exterior e objectos de pensamentos, estados interiores, produzidos pelo nosso cérebro? Como é possível este acordo? Como se estabelece? Como é posto à prova? Como evolui? Como validar a adequação dos nossos conhecimentos à realidade do mundo senão comunicando-os pela linguagem e sujeitando-os a um debate crítico? Não estará aí a origem de uma actividade especializada que as nossas sociedades desenvolveram na sua busca da verdade - a ciência? Estas são as grandes questões sobre as quais Jean-Pierre Changeux, a partir dos dados mais recentes da pesquisa sobre o cérebro, lança uma luz nova neste 'A Verdade e o Cérebro - O Homem de Verdade'.