O Radicci tornou-se uma celebridade. Criado em 1983 por Iotti, ele é uma representação bem-humorada do estereótipo do colono numa época em que, segundo o inventor do personagem, "ser colono italiano era uma vergonha". A comunidade em que vive o Radicci, a parte italiana da Serra Gaúcha, especialmente a região de Caxias do Sul, cultuou este tipo errático e "politicamente incorreto", menos pelos seus defeitos (falastrão, mal-educado, bêbado, comilão) do que pelo seu bom-humor. Radicci é o imaginário do imigrante com sua imensa liberdade de dizer todas as barbaridades... Há os que riem das suas inteligentíssimas performances conduzidas pelas mãos brilhantes do Carlos Henrique Iotti, que lhe dá vida e celebridade. Há os que se identificam pelo lado generoso, que é o da identidade e da autenticidade. Mas, acima de tudo, o Radicci é um símbolo bem-humorado, engraçado, de uma das regiões mais progressistas e desenvolvidas do Brasil. Caxias do Sul, terra do Radicci, é um orgulho para os descendentes dos colonos italianos que construíram a sua história. E o Radicci é uma alegre evocação de personagens curiosos, que enfrentaram o desconhecido, a terra estranha, hostil e construíram uma comunidade que se orgulha de possuir um dos maiores e mais sofisticados parques industriais do país.