Geólogo e filósofo, Jonas Rezende em Barcarola tece uma narrativa sobre a morte. Uma morte que, em seus escritos, vai além, em um crescendo que ultrapassa quaisquer tratados formais e mesmo as atividades pastorais do autor... Como diz o subtítulo,a morte sem charme nem disfarces" invade o texto e impera sem quaisquer limites... sejam eles literários a ponto de o próprio texto abolir vírgulas e pontos em seus parágrafos , filosóficos ou mesmo teológicos. Diz Jonas neste livro livre de quaisquer amarras: (...) o sonho somente se realiza quando o ser humano abandona-se de corpo inteiro ao mistério da morte (...) mas apesar dessa misteriosa e dolorida saudade que começo a sentir de mim mesmo eu me proponho a digerir com coragem e vigorosa esperança o pôr-do-sol que já não tarda escrevendo justamente sobre a morte exorcizando o seu horror assombroso e colossal entranhado no pensamento e nas comoções pungidas da alma por vezes estremunhada de susto e mergulhando com curiosos olhos bem abertos nas reflexões agridoces deste livro.Não há analfabetismo afetivo garante o teólogo Edson Fernando, em seu prefácio que resista à força dos sons da Barcarola filtrados pelos ouvidos de Jonas Rezende. Os acordes da Barcarola, canção dos gondoleiros de Veneza, inspiram o texto, e é impossível ler-ouvir esta Barcarola sem que a lembrança do drama de Jó nos visite, afirma Edson Fernando, destacando: "Como no livro de Jó, também em Jonas se anuncia o paradoxo da coexistência de uma profunda confiança em Deus e, ao mesmo tempo, uma forte rebelião contra ele. O amor só é possível nessa insubmissa liberdade. * * * Jonas Rezende é pastor presbi-teriano e professor de Sociologia da Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas e da Universidade Veiga de Almeida. Publicou 15 livros, entre eles A Família Maldita, Salmos para o Coração, Salmos para o Espírito e Dores que nos trans-formam (este, em co-autoria com Edson Fernando).