Novembro de 1943. Surpreendidos em pleno vôo por uma tempestade violenta e arremessados para bem longe do curso previamente traçado, cinco aviadores americanos - em missão de rotina na perigosa rota de suprimentos sobre o Himalaia apelidado pelos pilotos da época como "a Corcunda" - foram forçados a saltar de pára-quedas a poucos segundos de se esgotar o combustível do avião que tripulavam. Para seu assombro, ao chegar ao solo, eles descobriram que haviam caído em território tibetano. Milagrosamente, os cinco tripulantes sobreviveram ao salto. Mas a sua provação estava apenas começando. Depois de atravessar algumas das mais traiçoeiras trilhas no alto das montanhas do Tibete, os cinco aviadores prosseguiram em lombo de mulas até a lendária cidade de Lhasa. A chegada deles não foi uma questão de escolha. Em vez disso, foram escoltados por funcionários do desconfiado governo tibetano, implicados em um constrangimento diplomático entre a China e o Odicente. Durante a sua permanência no Tibete, os cinco americanos conviveram com um povo que, para eles, pareceu bizarro - quase tão estranho como habitantes de um outro planeta. Ao mesmo tempo, tinham de se desvincular do turbilhão político que já na ocasião agitava o Tibete, em luta pelo direito à independência da China. Para evitar um incidente internacional - e garantir a sua própria segurança -, os cinco precisaram deixar Lhasa às pressas. Em pleno inverno, empreenderam uma arriscada travessia através do planalto tibetano que os forçou a uma desesperada corrida contra o tempo. Mais que o relato emocionante de uma aventura verídica, Perdidos no Tibete é o registro de um profundo conflito cultural e de uma insólita intriga política. Também é fruto de uma investigação esclarecedora sobre o extraordinário povo tibetano, num momento em que começava a se defrontar com uma realidade exterior hostil.