O estudo de Elisângela Padilha, que agora vem a público, é fruto de amadurecida reflexão interdisciplinar, com traços psicanalítico, histórico, sociológico, antropológico e jurídico. Trata-se de dissertação de mestrado defendida e aprovada perante o Programa de Pós-Graduação em Direito da UENP- Universidade Estadual do Norte do Paraná, com o título Novas estruturas familiares: por uma intervenção mínima do Estado. A obra apresenta o reconhecimento das novas estruturas familiares e sua proteção constitucional e o dever do Estado de reconhecer tais estruturas. O questionamento principal norteador da obra é: em uma sociedade intrincada, desigual e polissêmica, quais são os limites do Estado para oferecer respostas, propor novos caminhos e proporcionar a efetivação de direitos básicos nas relações familiares? Qual é, enfim, o papel do Estado acerca dessa nova realidade marcada pelo pluralismo de relações familiares, que, apesar de fugirem do normatizável, nem por isso desmerecem a integral e efetiva proteção estatal? O trabalho está, metodologicamente, dividido em quatro partes. Na primeira, a autora traz uma abordagem histórica e legislativa da família, desde a Antiguidade até os dias atuais, identificando, laços de afetividade, respeito e solidariedade nas famílias modernas. Na segunda parte, aborda os princípios constitucionais aplicáveis à família, enfatizando o princípio da dignidade da pessoa humana, nas dimensões ontológica, cultural e processual. Na terceira parte, aborda as novas estruturas familiares, com seus múltiplos arranjos, repensando a família e destacando a importância das famílias contemporâneas como produtoras de cultura. E, reserva a quarta parte para destacar o reconhecimento dessas novas estruturas familiares à luz da Constituição Federal de 1988 e demais diplomas legais e a intervenção do Estado nas relações familiares.