O que Nietzsche privilegia em sua visão dionisíaca do mundo é o lado terrível que revela a face aniquiladora do deus; mas traz à tona também o outro lado, aquele que é capaz justamente de não deixar o homem sucumbir. Dioniso é o deus do caos, mas também é a divindade do vinho e dos festejos. Tendo sido o culto ao deus a causa de uma época trágica na Grécia, a superioridade da cultura grega, do modo como Nietzsche a concebe, é justamente a de erigir uma concepção de mundo que estava, por um lado, exposta ao descomunhal e desmedido, mas que, por outro, criava uma poesia com a de Homero e a dos trágicos como resposta a tal visão.