Pelas águas do rio Mapuá, Eliane Costa nos convida a escavar histórias e memórias do Marajó das Florestas. Sua arqueologia, uma arqueologia das narrativas, se concentra naquilo que há de mais fantástico nesse imenso Marajó: as pessoas a e vida social comunitária, cujos sentidos criam relações únicas com o lugar. As histórias das comunidades, das vilas, cemitérios indígenas, casarões, das garrafas de grés, artefatos da seringa e heranças da borracha, da cruz milagrosa esses patrimônios culturais são entendidos por Eliane enquanto desdobramentos do território praticado pelas pessoas do Mapuá. A análise alarga as perspectivas em relação à cultura material e processos de salvaguarda e patrimonialização, em uma importante ruptura com visões preservacionistas mais tradicionais. Em suas diferentes temporalidades, esse território praticado no Mapuá inclui também conflitos e negociações, histórias amazônicas de patrões e padrinhos, de movimentos e conflitos sociais [...]