O sujeito é falado pela linguagem em uma relação de alienação. A sublimação é o processo que reenvia o sujeito para a singularidade, proporcionando-lhe a oportunidade de se confrontar com seu próprio descentramento mediante uma ação sobre a linguagem. O discurso sublimatório é aquele que postula sua própria negação. As narrativas analisadas nesses livros, A Paixão segundo G.H e Água Viva, são narrativas de descentramento, desestruturadoras da própria concepção de narratividade. Elas convidam-nos a considerar a literatura como um pensamento fundado na ideia de resistência. Nesse sentido, a sublimação é um dos expedientes utilizados por Lacan para repensar a opacidade própria à obra de arte, pensamento irredutível às categorias lógicas do simbólico.