Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, pseudônimo de Cora Coralina, começou a escrever poemas na adolescência. Porém, publicou seu primeiro livro somente ao 76 anos. Poema do Milho é um dos poemas deste seu primeiro livro Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. A beleza dos versos de Cora Coralina está em expressar as coisas simples e corriqueiras do cotidiano com palavras sabiamente escolhidas. Em Poema do Milho a autora revela, com expressiva naturalidade, o ritual do plantio e da colheita vivido pelo povo da roça. Milho.../ Punhado plantado nos quintais./ Talhões fechados pelas roças. (...) Milho verde. Milho seco. Bem granado, cor de ouro. (...) Milho quebrado, debulhado/ na festa das colheitas anuais. Seus versos, de uma simplicidade marcante, aliada a uma profunda experiência existencial, trazem à tona a possibilidade de refletir sobre questões sociais, entre elas, o uso da terra.O belíssimo Poema do Milho, de Cora Coralina é apresentado com as ilustrações de Lélis. Todo o ciclo do milho é descrito na métrica impecável e encantadora da doce poeta de Goiás.