Cada vez mais presente no mundo contemporâneo como uma patologia, a agressividade se tornou um elemento a ser compreendido e administrado no plano individual e coletivo. Opondo-se ao senso comum, que por vezes toma a agressividade como um impulso indesejável, o psicanalista inglês Anthony Storr a mostra historicamente como "parte necessária de nossa herança biológica, com a qual temos de aprender a coexistir e que serviu - e ainda serve - para nos preservar". E lembra que ser agressivo não significa, necessariamente, ser destrutivo. Discórdias, controvérsias e até batalhas podem ter um papel crucial para o desenvolvimento do indivíduo e para sua autoafirmação na família, na sociedade e no ambiente de trabalho. Na visão de Storr, a sociedade está em perigo não por conta da agressividade, mas sim por causa da repressão a este instinto, que pode, e deve, ser canalizado para atividades físicas e intelectuais, como esportes competitivos, ensaios científicos ou artísticos. O autor analisa ainda o comportamento de pessoas que sofrem de esquizofrenia, paranoia e psicopatia - distúrbios desencadeados pela dificuldade de lidar com esse impulso.