As empresas cada vez mais adotam métodos de gestão que questionam as conquistas sociais. Lançam mão de ameaças e apóiam-se na precarização do emprego para obter dos trabalhadores produtividade, disponibilidade e abnegação sempre maiores. Com base nos conceitos de banalidade do mal e de distorção comunicacional, o autor descreve um processo que funciona como uma armadilha: a aceitação do sofrimento e das pressões no trabalho mediante a adoção de estratégias coletivas de defesa. Vivemos uma guerra 'econômica' na qual estão em jogo a sobrevivência das nações e a garantia da liberdade. É em nome dessa justa causa que se utilizam, no mundo do trabalho, métodos cruéis contra os cidadãos, a fim de excluir os que não estão aptos para o combate. Nessa guerra o fundamental não é o equipamento militar ou o manejo das armas, mas o desenvolvimento da competitividade. Este livro tem como questão central as 'motivações subjetivas da dominação': por que uns consentem em padecer sofrimento, enquanto outros consentem em infligir tal sofrimento.