Nas primeiras horas da manhã de 22 de outubro de 1912, pouco antes do início do combate de Irani, o monge José Maria chamou José Fabrício das Neves e disse que ia morrer no confronto, mas que ele Fabrício continuasse liderando os caboclos. E que permanecesse no mato, onde seria um tigre, pois se fosse para o campo se transformaria num gato. A recomendação do monge está na origem ao título do livro do jornalista e historiador Celso Martins, fruto de seis meses de pesquisas e entrevistas pelas regiões de Concórdia e Irani, em Santa Catarina, e em municípios do Paraná como Palmas, Pinhão, Coronel Domingos Soares, Guarapuava e Coronel Vivida. Mais do que resultado da invasão de um estado por outro, o combate no Banhado Grande de Irani revela a existência de uma organização dos caboclos e demais moradores locais para resistir a uma tentativa de expulsão das terras que ocupavam, explica o autor. A obra trabalha os perfis de lideranças pouco conhecidas do Contestado ou (...)