O santo que viveu na Espanha da Idade Média, em meio aos movimentos que colocam em dúvida a fé cristã, é considerado um dos maiores pregadores na história da Igreja Católica. Uma revelação mística na intimidade da oração a partir da interpretação de um sonho tido durante os meses da gestação de Domingos, levou ao coração de sua mãe a grande missão que ele teria: "se tornaria um grande pregador". No século XIII, a sociedade que se confessava cristã estava fortemente marcada pela busca de novas formas de viver e expressar a fé. As ordens monásticas e militares da época doavam-se generosamente pelo seu carisma, mas não bastava. Neste esforço, surgiram vários grupos populares, levantando a bandeira da reforma e da renovação religiosa, como os chamados cátaros, albigenses e valdenses. Estes distinguiam-se dos monges pelo seu estilo de vida pobre e itinerante; porém necessitavam de uma preparação bíblica e teológica adequada para este ministério. Um fato que chamou a atenção foi a decisão tomada por eles de não querer saber de nenhum contato com a hierarquia eclesiástica. Quando o sacerdote espanhol Domingos de Gusmão conheceu de perto tais movimentos religiosos, ao sul da França, empenhou-se em combatê-los, não com armas e sim com a pregação da Palavra de Deus, tendo se empenhado em estudar profundamente a Bíblia antes de decidir abraçar a missão. Narrada através de textos breves, mas enriquecidos com detalhes, a vida de São Domingos de Gusmão aguça a imaginação do leitor e leva-o a questionar-se com relação a certos valores presentes na sociedade: pobreza, fé, caridade e dedicação ao próximo. Despojando-se de tudo o que tinha em benefício dos necessitados, abraçou a pobreza voluntário e saiu pelo mundo levando a Palavra de Deus. Enfrentou obstáculos, mas nada o impediu de prosseguir. Fundador da Ordem dos Pregadores (OP), faleceu aos 51 anos deixando um grande exemplo de vida a ser seguido.