Trata-se de obra sem precedente na literatura jurídica brasileira, posto que o tema central jamais havia sido objeto de investigações sócio jurídicas. Além de suprir a lacuna na literatura, ela apresenta um panorama completo do atual estágio de efetividade da Educação em Direitos Humanos (EDH), trazendo dados estatísticos, experiências exitosas, mapeamento dos Planos e Comitês de EDH em funcionamento, assim como os resultados alcançados pelas políticas públicas em nível nacional, estadual e municipal. Embora tenha dimensão predominantemente jurídica, o texto pode ser lido facilmente por todos os estudantes e profissionais das ciências sociais, assim como pelos cidadãos interessados na expansão da cultura dos direitos humanos no Brasil. Não há dúvidas de que o livro dará muitos elementos para os educadores populares e professores de todos os níveis de ensino interessados em incluir a temática nos currículos escolares. Concordo com Hannah Arendt quando afirma que a essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos. Fazer com que todos saibam claramente de suas prerrogativas constitucionais e que possam ter acesso aos mecanismos necessários para combater o arbítrio, a intolerância, o preconceito e a violência institucional é, sem dúvida, a principal missão da EDH nos países periféricos. A leitura atenta do livro de Georgina Bomfim é obrigatória para todos que acreditam que a educação do povo é o caminho mais curto para as grandes transformações sociais e a construção de um país em que as liberdades e a justiça social sejam asseguradas a cada cidadão.