Nos últimos anos, milhares de judeus israelenses laicos desceram das colinas de Jerusalém para a planície à beira do Mediterrâneo, com o anseio de fincar residência em cidades nas quais seja possível viver além da opressão de um Estado teocrático e de uma cultura ortodoxa. Esse fenômeno de apostasia, protagonizado pelos iotzim il’sheela (do hebraico: literalmente, os que saem à procura de perguntas, expressão utilizada para designar os dissidentes da ortodoxia judaica) é o foco do estudo de Marta Topel que originou esse livro. Tendo como principal metodologia de trabalho os relatos pessoais de ex-ortodoxos, a obra é uma análise das questões enfrentadas por aqueles que tiveram a religião como principal pilar da própria identidade e agora se veem obrigados a superar os obstáculos impostos pela readaptação na condição de expatriados sem asilo político, tendo como apoio apenas o convencimento férreo de terem deixado um mundo para o qual "não foram feitos", e a esperança e a determinação de encontrar seu lugar na sociedade secular.