Menino ou menina? Quando não se pode responder a essa pergunta sem pensar duas vezes, trata-se de uma emergência médica. Essa frase da pediatra Roberta Pagon (1987) resume o porquê deste livro. Os distúrbios da diferenciação do sexo (DDS) têm graves implicações médicas, psicológicas e sociais, seja em recém-nascidos com ambiguidade da genitália externa ou em adolescentes com desenvolvimento anormal da puberdade. Mesmo nos tempos atuais, os DDS ainda estão cercados de preconceitos e seu manejo exige muita sensibilidade. O grande desafio, principalmente frente a crianças com ambiguidade genital, é chegar a um diagnóstico preciso, do qual depende a definição do sexo e toda a conduta a ser tomada. Para isso, é necessário o envolvimento de pediatras, geneticistas, endocrinologistas, cirurgiões, ginecologistas, radiologistas, anatomopatologistas, médicos legistas, psicólogos ou psiquiatras e assistentes sociais, cuja atuação integrada permite ainda maior rapidez no diagnóstico e (...)