O autor nos oferece análises que configuram um trabalho de verdadeira arqueologia da imagem. Marcos Hill interroga as obra Tropical, de Anita Malfatti e A Negra, de Tarsila do Amaral para muito além de suas qualidades plásticas e pictóricas, realizando uma investigação histórica, sociológica, antropológica e sobre gênero que torna possível a compreensão e a desconstrução do lugar reservado pela arte moderna às negras e às mulatas no Brasil. Que contradições estão implicadas numa arte moderna que busca não o universalismo, mas elementos primitivos e originais no intuito de sustentar a formação do imaginário social brasileiro? E sobretudo, que alcance teve a iconografia antropomorfizada de uma exaltação edênica convergida na eleição destas figuras enquanto emblemas da identidade nacional? São algumas questões que o autor desenvolve de modo a tornar o livro um estudo fundamental não só para a História da Arte, mas para a relativização de um discurso historiográfico unívoco.