Destacar a importância de uma obra sobre fibromialgia parece-me redundante, pois se estima que em grupos de cem pessoas, duas a cinco apresentam suas manifestações dolorosas e persistentes por todo corpo. A coluna vertebral, muito atingida pela doença, assegura à pessoa a posição ereta, o que evita o vexame da posição horizontal que este mal pode acarretar por períodos variáveis, com prejuízo à capacidade funcional e qualidade de vida. Devido à multiplicidade de suas manifestações orgânicas e emocionais, a fibromialgia mostra claramente que a medicina não é apenas ciência, mas arte, já que a personalidade, o afeto, os sentimentos e o conhecimento científico do médico interagem com o paciente, frequentemente desacreditado e emocionalmente fragilizado. O ato médico torna-se imperioso. Uma conversa franca com o paciente é essencial, e deve incluir não somente o inventário físico, como o psicológico, com ênfase nas relações familiares e profissionais. Infelizmente, portadores desta doença já vivenciaram situações com lembranças desagradáveis em relação ao atendimento recebido.