Nesta obra, o autor trata de dois problemas fundamentais da filosofia e da psicologia da autoconsciência: será que podemos fornecer uma explicação não circular do pensamento autoconsciente plenamente amadurecido e da linguagem em termos de capacidades fundamentais, será que podemos explicar o modo como o pensamento autoconsciente plenamente amadurecido e a linguagem podem surgir no curso normal do desenvolvimento humano? O autor argumenta que um paradoxo - o paradoxo da autoconsciência - surge da aparente interdependência estrita entre pensamento autoconsciente e auto-refe-rência linguística. O paradoxo torna circulares todas as teorias que definem a autoconsciência em termos de mestria linguística do pronome da primeira pessoa. Parece seguir-se do paradoxo da autoconsciência que nenhuma avaliação ou explicação da autoconsciência pode ser dada. Ao responder ao paradoxo, o autor socorre-se dos trabalhos recentes em psicologia e em filosofia empíricas para cortar a ligação entre pensamento autoconsciente e auto-referência linguística. Argumenta que qualquer concepção da autoconsciência plenamente amadurecida que responda a estas duas perguntas requer uma atenção a formas pré-linguísticas de interacção social. O autor utiliza estas formas primitivas de autoconsciência para dissolver o paradoxo da autoconsciência e para mostrar de que modo pode ser dada uma resposta afirmativa às duas perguntas. JOSÉ LUIS BERMÚDEZ é professor no Departamento de Filosofia da Universidade de Stirling, na Escócia.