Henriville, o primeiro núcleo urbano europeu no Rio de Janeiro, de fato existiu e se localizava entre a foz do rio Carioca e o morro da Glória, no atual bairro do Flamengo. Essa curiosidade e outros fatos históricos estão em 'Villegagnon e a França Antártica - uma reavaliação', de Vasco Mariz e Lucien Provençal. A instalação da França Antártica deu-se em 1555, com a chegada da expedição à baía de Guanabara. Inicialmente, os franceses se instalaram na ilha de Serigipe (atual Villegagnon), onde ergueram a sua principal fortificação. Em 1556, Villegagnon fundou, em plenos trópicos, a colônia Henriville, nome dado em homenagem ao rei da França Henrique II. Habitada por índios e franceses, Henriville tinha casas construídas com terra batida misturada com conchas e mariscos, o que lhes dava notável resistência, além de possuírem belos jardins à beira-mar, com muitas flores e palmeiras. Villegagnon pretendia estabelecer ali protestantes calvinistas franceses. O sonho de transformar o novo continente numa "pequena França", entretanto, durou pouco e, em 1560, uma esquadra portuguesa comandada por Mem de Sá cercou o forte e tomou de assalto Henriville, destruindo quase tudo que encontrou pela frente. Os remanescentes da França Antártica ainda sobreviveram na região por mais sete anos, quando Estácio de Sá os expulsou, finalmente, do morro da Glória. A comemoração dos 450 anos da França Antártica nesse ano faz surgir a oportunidade de levar ao grande público um tema geralmente restrito a especialistas. Esta edição tem prefácio assinado por Étienne Taillemite, presidente da Associação Francesa de História e membro da Academia Nacional de História Naval da França, além de um novo anexo com resenhas à primeira edição do livro.