Para realizar essa obra, o piloto da Penske foi assessorado pela escritora norte-americana Marissa Matteo, que, além de dar contornos ao texto final, organizou apontamentos e colheu depoimentos. Mas engana-se quem pensa que Castroneves limitou-se a contar uma história e esperar passivamente o resultado. Pelo contrário, Helio armou-se de seu computador portátil para, ele mesmo, registrar passagens que lhe foram caras. O livro se mostra revelador já em seu início, pois no prefácio Roger Penske conta que observava as performances de Castroneves antes mesmo de contratá-lo. Escrito em primeira pessoa, o enredo detalha o apoio da família. A tônica desse período foi a descomunal dificuldade em mantê-lo na pista, incluindo a decisão de seu pai, que abdicou de parte significativa do patrimônio de que dispunha para que a carreira de Helio não fosse interrompida. No momento mais crítico, a palavra mais adequada para definir a situação financeira dos Castroneves era falência. Os relatos sobre suas vitórias são vibrantes e emocionantes, principalmente no palco das 500 milhas de Indianápolis, ponto alto de uma jornada de conquistas que começou bem antes, mais especificamente em 1988, quando obteve sua primeira vitória no Campeonato Paulista de Kart, na cidade de Jaú (SP). Valores como fé, superação, união familiar e amizade norteiam toda a obra, mas ninguém melhor do que o próprio Helio, que chegou a sofrer a humilhação de ser algemado como um bandido, para contar os pormenores dessa ocasião traumática, mas que foi logo substituída pela alegria da volta por cima e pelo nascimento da filha Mikaella. Isso viria a corroborar o mote de Castroneves: Deus tem um plano.