Estamos falando de João Antonio aliás, João Antonio Ferreira Filho, o contista de Malagueta, Perus e Bacanaço (1963), um livro que é o melhor retrato do submundo urbano de São Paulo. Em bares, restaurantes pobres, bilhares e esquinas, a marginalia revela seus tipos, manias, recursos. A história do escritor está agora impressa em Paixão de João Antonio, um relato do também jornalista e escritor Mylton Severiano, que acaba de chegar às livrarias com o selo de prestígio da Editora Casa Amarela, a mesma da revista Caros Amigos. Um pouco do que diz o autor de seu personagem: A biografia daquele que os críticos põem entre nossos maiores escritores do século 20, um clássico velhaco aos 26 anos. A linguagem rápida, direta e expressiva de seus personagens, João Antonio aprendeu desde muito cedo, trabalhando atrás de um balcão. Depois percorreu São Paulo, comprando mercadoria para revender. Cursou a Escola Normal. Durante algum tempo, foi contínuo de escritório e almoxarife em várias empresas. Trabalhou numa fábrica e lecionou na Escola de Polícia. Finalmente, foi redator em jornais e agências de publicidade. Mas ainda muito moço ingressou no jornalismo. Foi copy-desk do Jornal da Tarde por três anos. Depois da publicação de Malagueta, Perus e Bacanaço, sua estréia, recebeu vários prêmios, e o livro foi traduzido em nada menos de dez línguas: alemão, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano, polonês, romeno, russo e tcheco.