Os museus em todo o mundo ostentam obras que mostram Helena em vários momentos da história e em sua evolução como ídolo — menina, rainha, semideusa, prostituta —, mas todas essas imagens, sem exceção, são inventadas; não a revelam como era, e sim como os homens queriam que ela fosse. Como a história de Helena não é apenas uma, mas muitas, repetidas vezes contadas em toda a Europa e no Mediterrâneo oriental, a autora também percorreu este território a fim de juntar uma gama de “Helenas”. Não existe um caminho único que conduza à verdade de Helena de Tróia, mas diversos, que se entrelaçam no tempo: Helena vai além do registro histórico, e, quando faltam fontes escritas, Bettany Hughes deixa que os objetos, a arte e o panorama falem também. No tempo em que a Ilíada foi composta, cinco séculos depois da provável existência de Helena, não havia ideias preconcebidas sobre como a sociedade deveria constituir-se ou conduzir-se. Tudo era legítimo, mas havia uma constante fundamental: o sucesso de todas essas experiências políticas e sociais era comparado com as realizações de um passado distante descrito pelos poetas épicos E a principal figura feminina dessa época heróica foi a rainha de Esparta, “a bela Helena”. A história de Helena se tornou o padrão por meio do qual o mundo clássico avaliava a si mesmo. Em geral, as mulheres foram excluídas do registro histórico, mas Helena faz parte do legado escrito. Ela é uma das poucas personalidades femininas da Antiguidade a perpetuar-se. Neste livro, a sina de Helena de Tróia é acompanhada tal como foi contada por Homero, mas indícios proporcionados por fontes menos conhecidas e pela arqueologia também são explorados, recompondo a vida desse mito desde a concepção até o túmulo. “Este livro coloca Helena de Tróia no centro de um mundo no qual, como Bettany Hughes justifica de maneira convincente, o poder fundamental era feminino." - The Guardian “A análise de Hughes é maravilhosa.” - The Independent