"Este livro tem uma história: a da minha paixão pela escrita e pelo ensino. Não me lembro de quando escrevi a primeira palavra e qual foi ela. Só sei que não foi na escola. Foi lá em casa, à beirinha do rio Muzambo da minha Jureia mineira. Eu ficava olhando o rio horas e horas, sozinho, do alto do barranco, debaixo de uma goiabeira, e eu tinha um canivete que o meu padrinho um dia me dera. Foi com ele, ah! Me lembro, sim, foi com ele que, no tronco da goiabeira, escrevi a primeira palavra da minha vida. E foi o nome da minha mãe. Foi sim, foi Janira, como todo mundo falava o nome bonito dela, Dijanira. Eu nem imaginava que minha vida seria com a escrita, que escrever me garantiria o viver, que sem a palavra que escrevo não dou rumo à vida que ganhei de presente de Deus e à vida de tantos que conviveram comigo como alunos e com tantos que ainda haverão de conviver, sei lá até quando.[...]