O paradigma dominante segundo o qual industrialização + urbanização = desenvolvimento, como sinônimo de progresso, é examinado e confrontado neste livro pela médica Raquel Rigotto, que a partir dessa análise leva o leitor a se questionar: progresso para quê e para quem? A obra nos estimula a pensar até quando permitiremos um progresso econômico e material socialmente injusto e ambientalmente insustentável. Ora, considerando-se o aumento das disparidades, da desigualdade social, da miséria, da alienação e da exclusão nos últimos 200 anos, desde o advento da Revolução Industrial, é preciso voltar o olhar para as conseqüências dos modelos de desenvolvimento. Nesse caso destaca-se o modelo em implantação no Ceará, baseado na atração de indústrias, do agronegócio e do turismo em grande escala. Com argumentos sólidos, encadeamento lógico e embasamento metodológico adequado, a autora estuda as relações entre industrialização e desenvolvimento, além das abordagens tradicionais, freqüentemente economicistas, que vendem o progresso como redenção, ao mesmo tempo em que permanecem ocultos seus impactos negativos sociais, sobre a saúde e sobre o ambiente.