A heroína que dá nome ao romance é uma daquelas criações bem ao gosto do Romantismo. Seduzida ainda mocinha por um homem devasso, num momento de infortúnio em que precisava de dinheiro para salvar os familiares doentes, ela é expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), começa a viver como uma cortesã caprichosa, explorando seus ricos amantes, por quem manifesta um claro desprezo. Essa vida de luxo e prazeres, porém, não extingue a pureza de sua alma, que parece apenas esperar o momento certo para desabrochar. Esse momento chega quando Paulo da Silva, um jovem pernambucano que chega ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse afeto sincero faz com que a verdadeira natureza de Lúcia venha à tonaA primeira impressão que Paulo tem de Lúcia é a de que ela é uma moça honesta. Surpreende-se ao descobrir que foi apresentado a uma das cortesãs mais caras do Rio de Janeiro. O relacionamento entre os dois é marcado pela atração física e por momentos de extrema desconfiança, por parte do moço. Ele não entende o amor desinteressado da cortesã. Aos poucos, o amor vence a desconfiança. Paulo começa a ver em Lúcia uma amiga, mais do que uma amante.