Sangue e breu. Zumbimalê navalha a noite como um gato descortina a casa. Estrelas varam janelas, batem às portas. Convocam os que são da noite: o malê tinha encarnado nada/menos que Madame Satã vadio/carioca velho conhecido da/crônica policial jornalística. Não se conhecem os planos dos revoltosos. Trocas de mãos e pernas, velhas fotografias se entreolham. Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. O poeta reclina-se para ver os mapas, como pedrinhas no chão: quem vem chegando? Quem cortou a primeira pedra? Quem trilhou ou calçou a rua que cruza? Interessa-se pelos nomes, mais pelas frestas nos nomes, pelas ruínas, mais pelas vozes que assomam das ruínas. Interessa-se pela noite do nome, pela cara que vem dar à esquina, pela cidade das esquinas. Nervura de plantas, a voz que é foz, a cidade retomada pelo corpo de sua memória: retalhos nos mapas, o poeta se movimenta para ver desmontes, desterros, fugas para o subúrbio, rostos nas fotografias, os nomes nas crônicas dão-se a falar, [...]