Definido por Walter Benjamin a partir da obra de Baudelaire, o flâneur, é um sujeito errante e observador típico da literatura europeia do século 19. Ao tornar-se símbolo da modernidade ocidental, este homem protagonizou as páginas dos livros e as ruas da cidade com largueza, sendo foco de muitos estudiosos, apesar de seu intrínseco anonimato. No entanto, Lauren Elkin questiona: onde estava a flâneuse? E ao fazer isso, muda a direção do nosso olhar e deixa perceber que as mulheres caminhantes sempre estiveram ali, pelas mesmas vielas, nos mesmos cafés. Ao longo dos capítulos, cada um dedicado a uma cidade diferente Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres Elkin mescla sua experiência pessoal como andarilha com a de escritoras e artistas que a antecederam: Jean Rhys, Virginia Woolf, Sophie Calle, Martha Gellhorn e George Sand (pseudônimo masculino escolhido a fim de desfrutar o privilégio de passar despercebida), rememorando o itinerário e o pensamento dessas mulheres. Flâneuse [...]