Este livro, publicado um ano após a morte de Eça de Queiroz, mostra um escritor menos cáustico e nem tão ácido em relação a sociedade burguesa do seu tempo. Mas se é menos agressivo e contundente, segue sendo divertido, irônico, abordando um tema original e manejando a sátira com elegância, palavra que alcança com precisão toda a prosa de Eça de Queiroz. A cidade e as serras é basicamente uma sátira ao culto da tecnologia. Revela um personagem que tornou-se célebre em sua obra, Jacinto de Tormes, o dândi espirituoso, português residente em Paris, homem inteiramente em dia com todos os avanços tecnológicos. Do outro lado, Zé Fernandes, um crítico das grandes cidades, do progresso, e denunciador de seus malefícios. Eça de Queiroz foi um dos maiores escritores de língua portuguesa em todos os tempos. Seu estilo elegante, sarcástico e irônico causou controvérsias e ataques na sua época. Entre outros romances, escreveu O crime do Padre Amaro (1875), O primo Basílio (1878), Os Maias (1888), A ilustre casa de Ramires (1900), A correspondência de Fradique Mendes (1900).