Porém, o rumo das coisas não seguiria daquela maneira. Ao desembarcar em São Paulo, comecei a ver as coisas sob outro prisma. Por que parar? Por que deixar o mal se sobrepor ao bem? E se todos os demais corredores e espectadores fizessem como eu? A Maratona de Boston acabaria. Se o medo se sobrepusesse à fé, o que seria de nossas vidas? O terror venceria. Não, jamais. Decidi que faria a mi­nha parte e não permitiria que o terror vencesse. Quando saí da sala de embarque, fui abordado por um canal de televisão brasileiro, que me iden­tificou como corredor pela medalha que carregava no peito. O repórter se aproximou de nós e pediu a mim e à Eliana uma entrevista. Durante o processo de perguntas e respostas, senti uma vontade enor­me de voltar a Boston e completar a minha missão. Quando o repórter me perguntou se voltaria lá, afirmei categoricamente: ‘Vou voltar em 2014!’. E completei: O bem não pode vencer o mal’. Lembrei-me da bênção do padre na missa de domingo, em Boston. Se temos fé, o que poderíamos temer?