Narlan Matos escava a palavra exata para formar em cada verso a consonância perfeita e imodificável de sua poesia. A poesia que canta em seu ritmo sentimentos que não podem ser traduzidos de outra forma, a não ser a maneira empregada pelo poeta. O livro dá voz a poesia de Fernando Pessoa e Lorca, resgatando a delicadeza da poesia ibérica, por meio das paisagens pinceladas e retratadas sublimemente por uma sensibilidade inclinada a compreensão da natureza. “Um alaúde, a península e teus olhos negros” joga com a sutiliza de belas palavras, as emoldurando em um contexto ousado e sedutor, sem que por isso perca a suavidade formada por meio deste casamento de antagônicos, que não se excluem ou se estranham, mas juntos dão poder às palavras de despertar a alma.