A partir dos conceitos da obra de Wilhelm Reich, para quem o poder seria um fenômeno intrínseco às relações humanas, não localizado somente na esfera pública (Estado, partidos políticos, movimentos de classe), mas principalmente no âmbito privado (relações domésticas, amorosas, profissionais), André Barreto considera a política para além das fronteiras tradicionais, buscando em outras áreas do conhecimento diferentes enfoques para as relações sociais do poder. Assim, utiliza-se da psicologia política estabelecida por Reich, a qual localiza no "indivíduo em relação" a origem da dominação - portanto, também aí a sua superação - para conceber uma prática política que passe pela subjetividade das pessoas, seus corpos, emoções, desejos e delírios, e não apenas por seus intelectos.